A Era Moderna foi caracterizada pela ascensão e consolidação da burguesia como classe dominante. Imbuída de um discurso de emancipação individual realizadora do tempo presente (realização pessoal terrena) frente a coletividade idealizadora de um tempo eterno (realização coletiva na vida eterna) a vanguarda revolucionaria imprimiu um novo ritmo social. O indivíduo agora liberto de seu cativeiro coletivo poderia realizar-se onde bem pretendia: nas artes, no comércio, nos esportes, na literatura, na emancipação feminina, na política democrática etc.
No entanto, na esteira desta revolução de percepção individual uma outra classe também adquiriu essa mesma cosmovisão emancipacionista e revolucionária: o proletariado. É neste momento em que os ideários da revolução burguesa passam a rever não somente o ritmo da revolução emancipadora, mas também a direção desta. Se em um primeiro momento a revolução apontava para uma realização pessoal através do “o ser” (o sujeito da história, o homem self made man, ser ou não ser eis a questão), as reivindicações revolucionárias do proletariado (posse coletiva, ditadura do proletariado, dissolução do aparato de estado etc) levaram a burguesia a direcionar a revolução do indivíduo para um novo horizonte: “o ter”. Essa mudança não foi “ocasional” ou “repentina”, mas foi um movimento que se fez “pari passo” com a própria Revolução Industrial
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