Capítulo 3 – Narciso ou estratégia do vazio
04 – O “supereu” e a Indústria do Entretenimento: a era dos fãs
A ênfase na associação da identificação do “eu” com produtos e mercadorias não é novidade, mas ela não teria tanta eficácia se não fosse pela erosão gradativa do senso crítico das pessoas e da esterilização da vida social enquanto fonte de “identidade”. A identidade das pessoas hoje esta sendo agressiva e gradativamente deslocada para “as mercadorias” e não por opções políticas ou culturais que elas por ventura venham a tomar como bem afirma o autor “A erosão dos pontos de referência do Eu é a réplica exata da dissolução que hoje conhecem as identidades e os papéis sociais, outrora estritamente definidos, integrados como estavam em oposições reguladas” (pg 30).
A perda destes pontos de referência e a exaltação dos pontos de referência nas “mercadorias” explicam em parte o cenário que vivemos hoje. Esse processo é por sinal acumulativo. Quanto mais os indivíduos se “fecham em si” e se tornam identificados com “mercadorias” relegando o debate e o convívio social a um segundo plano menos dinamicidade tem o seu senso crítico e mais atrofiadas ficam suas capacidades de vida coletiva. O isolamento e o desejo crescente de se esquivar de contato social e a preferência por consumo de produtos “individualizados” e “personalizados”
Ver resumo completo do livro
Comments