Capítulo 4 – Modernismo e Pós-Modernismo
05 – A Revolução Burguesa abortada: a ascensão da mercadoria e do crédito
De fato, sabemos que a Modernidade é o rompimento definitivo da Burguesia com a nobreza aristocrática da Idade Média e dos poderes religiosos e dos poderes de vassalagem que a sustentavam. Ser “moderno” portanto é rejeitar toda ordem que se assenta no “nascimento” ou em dogmas “religiosos” que enalteçam a obediência cega a crenças “extra-mundo”. O homem moderno é “emancipado” e “emancipador” ao mesmo tempo. Ele tem o ofício de se libertar e libertar os seus pares dos dogmas e das crendices da “Era das Trevas”. Desta forma, o seu principal ofício é destruir e criticar “«A modernidade é uma espécie de autodestruição criadora.., a arte moderna não é somente filha da idade crítica, mas crítica de si própria»” (pg 44). O ímpeto de libertação dos dogmas da Idade Média exercitado na Era Moderna rompeu os limites de si mesmo criticando não somente as regras e os valores da Antiga Ordem, mas voltando-se também com a ordem recém estabelecida pela própria burguesia. A Era Moderna criou os chamados “modernistas” que queriam levar as fronteiras da Revolução para além da decorada da Nobreza...
O modernismo não é só rebelião contra si próprio, é simultaneamente revolta contra todas as normas e valores da sociedade burguesa: a «revolução cultural» começa aqui, neste fim do século XIX. Longe de reproduzirem os valores da classe economicamente dominante, os inovadores artísticos da segunda metade do século XIX e do século XX far-se-ão porta-vozes, nisso se inspirando no romantismo, de valores assentes na exaltação do eu, na autenticidade e no prazer, valores diretamente hostis aos costumes da burguesia
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