Capítulo 4 – Modernismo e Pós-Modernismo
06 – A Mercadoria e o Cotidiano: a arte da contra revolução
A Sociedade de Consumo, portanto, acabou por ser uma “contra-revolução” interna da própria burguesia. A exaltação da individualidade não foi “contida” ou “negada”, mas foi redirecionada para as “mercadorias”. A exaltação de uma revolução social marcada pela revolução das relações sociais passou a ser minada e enaltecida uma revolução individual marcada pela individualização do consumo. A Era Moderna, de fato, iniciou-se com um ímpeto de “igualdade” e “emancipação” de todo o tipo de dogma que deixa turva a ideia de que o homem seria a medida de todas as coisas. A negativa à religião ou a qualquer tipo de visão que não respeitasse o pensamento e o intelecto da pessoa entendida como indivíduo era a tônica central desta revolução cultural...
O modernismo é apenas uma face do vasto processo secular que conduz ao advento das sociedades democráticas assentes na soberania do indivíduo e do povo, sociedades libertas da submissão aos deuses, das hierarquias hereditárias e da força da tradição. Prolongamento cultural do processo que se manifestou com brilho na ordem política e jurídica no fim do século XVIII, culminar do empreendimento revolucionário democrático, constituindo uma sociedade sem funda mento divino, pura expressão da vontade dos homens reconhecidos como iguais. O modernismo institui uma arte desligada do passado, soberanamente mestra de si própria; é uma figura da igualdade, a primeira manifestação da democratização da cultura, ainda que possa surgir sob a feição elitista de uma arte separada das massas. (pg 48)
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