top of page
Foto do escritorUbiratan Machado

O Mal Estar da pós modernidade - Zygmunt Bauman resenha resumo debate explicação citação


Capítulo 1 – O Sonho da pureza


O nosso querido Bauman neste primeiro capítulo faz uma referência explicita (mas ao mesmo tempo velada) sobre a questão da normalidade na nossa sociedade. A Sociedade Moderna herdou da Sociedade Medieval o desejo de “ordem e progresso” (não por acaso nossa bandeira tem esse lema). Se a Igreja Católica se esforçou durante mil anos para extirpar da sociedade qualquer tipo de “anormalidade espiritual” (que também se transvestiam de anormalidades sociais, culturais e humanas para contestar a ordem vigente), a modernidade (Era Moderna – Era dos Estados-Nação) também se transvestiu de ciência ou civilização para extirpar todo tipo de anormalidade social que viesse colocar em xeque a ideia de que a sociedade moderna era efetivamente mais evoluída do que a sociedade medieval”. Como bem descreveu o autor “a "questão social" cuja resposta eles procuravam sendo a questão da "poluição", da obstinada presença de pessoas que "não se ajustavam", que estavam "fora do lugar", que "estragavam o quadro" e, quanto ao mais, ofendiam o senso esteticamente agradável e moralmente tranquilizador da harmonia. Nos primeiros anos da idade moderna, como Michel Foucault nos lembrou, os loucos eram arrebanhados pelas autoridades citadinas, amontoados dentro de Narrenschiffen ("naus dos loucos") e jogados ao mar; os loucos representavam "uma obscura desordem, um caos movediço (...) que se opõe à estabilidade adulta e luminosa da mente"; e o mar representava a água, que "leva deste mundo, mas faz mais: purifica". A pureza é um ideal, uma visão da condição que ainda precisa ser criada, ou da que precisa ser diligentemente protegida contra as disparidades genuínas ou imaginadas” (pg 13)



37 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page